Música
Popular e erudito dividem o mesmo palco em concerto neste domingo
Projeto instrumental do violinista gaúcho Luciano Reis, Rock Concert é atração no Johnnie Jack
Foto: Divulgação - O violino solo faz as vezes da voz, explica o instrumentista
A música de concerto e a popular podem estar juntas em um mesmo ato? O músico Luciano Reis prova que sim no show Rock Concert, atração da noite deste domingo (30) no palco do saloon do Johnnie Jack Bar. Na proposta criada por Reis, canções conhecidas do rock’n’roll e do pop ganham versões instrumentais inspiradas pelos harmônicos eruditos. O show está marcado para as 21h. O ingresso é R$ 30,00 e as reservas são feitas pelo whatsapp (53) 99212-5757.
Violinista experiente, Luciano Reis começou os estudos no instrumento aos 12 anos, quando teve a oportunidade de entrar em um projeto social da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). “Ali eu conheci o violino, me apaixonei pela música clássica, que era uma coisa totalmente nova pra mim, que vinha da periferia de São Leopoldo”, relembra.
A paixão pelo violino fez com que o jovem músico se dedicasse aos estudos e aos 16, Reis tocava profissionalmente, mas sempre em orquestras. Porém, aos 21 anos, o músico resolveu experimentar outros estilos. “Eu sempre curti rock, mas a música clássica entrou como uma oportunidade, se não fosse ela, sabe lá onde eu estaria”, fala.
O gosto pelo rock e a curiosidade de saber como o violino se encaixaria nele o levaram a conhecer músicos deste estilo e de outros, como o blues. “Comecei a entrar em contato com guitarristas e a levar coisas do rock para o violino. Nisso saí das orquestras e entrei para uma banda daqui de Porto Alegre, a The Travelers, de country rock.”
Nesta mudança de rota surgiram oportunidades de acompanhar artistas conhecidos nacionalmente. Hoje Luciano Reis toca seu violino para Alexandre Pires, com quem fez a turnê internacional do cantor, e Maurício Manieri com a turnê Romantic classics, além de ter feito para este artista os arranjos musicais deste espetáculo.
Investimento na carreira solo
Mas a ideia de fazer um show próprio misturando estilos populares ao erudito surgiu durante a pandemia. Com a liberação das atividades culturais, o espetáculo conseguiu ser produzido pelo próprio instrumentista e Rock Concert estreou em 29 de setembro do ano passado. “Foi nosso primeiro show e a gravação do nosso DVD, no Teatro do CIEE, em Porto Alegre”, relembra.
Era uma aposta arriscada, fazer show instrumental de rock com arranjos de composições eruditas. Mas a curiosidade de misturar as sonoridades falou mais alto. Para surpresa e alegria de Reis, a primeira apresentação teve a casa lotada. “Eu sou conhecido como músico acompanhante de Alexandre Pires, de Maurício Manieri, meu nome não é conhecido como artista solo. Jogamos na internet vídeos que tínhamos feito antes e o pessoal comprou a ideia.”
Apesar do foco estar sobre o violino solo de Luciano Reis, o músico diz que a parte principal do espetáculo é a fusão da sonoridade da banda com a da orquestra. O violino seria apenas, “aquele cara que canta”. Não ter vozes era outro receio do violinista, mas o público faz as vezes nos vocais. “Vejo gente cantando do início ao fim, mesmo sem ter um cantor.”
Em Pelotas, por causa do espaço limitado do Johnnie Jack, Reis não trará a composição orquestral. “Quando não posso levar a orquestra, eu levo a orquestra gravada, então a sonoridade está sempre presente, por mais que ela não esteja aparecendo”, antecipa. No show de domingo, o violinista estará acompanhado por Tiago Pelzer (guitarra), Juliano Melo (contrabaixo) e Ígor Monteiro (bateria).
Sons leves e pesados
No repertório estão desde sons mais pesados do Led Zeppelin, como a canção Kashmir, e do ACDC, passando por composições mais suaves de bandas como U2, Coldplay e Aha, entre outros. Porém o músico garante que, por mais leve que seja a música, eles sempre dão uma apimentadinha nela, com muito peso de guitarra.
O repertório ainda tem uma música erudita, o poema Oh fortuna da cantata Carmina Burana, musicado por Carl Orff. Neste caso a ideia é fazer o caminho inverso, ou seja, levar o erudito para o rock.
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